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Foto do escritorIvan Moraes

Binge drinking: entenda por que essa prática é perigosa

Atualizado: 12 de abr. de 2021


O álcool é a substância psicotrópica mais utilizada pelos adolescentes no país, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que 3 milhões de mortes por ano em todo o mundo estão associadas ao alcoolismo.

O consumo de álcool é prejudicial à saúde e contribui para o aparecimento de doenças e outras complicações. Na adolescência, ele ainda prejudica o desenvolvimento, pois causa danos ao cérebro que são irreversíveis e podem ser repercutidos durante toda a vida.

Este artigo, explica o que é a prática do binge drinking que, em tradução livre, significa beber excessivamente, e quais são as consequências que ela pode trazer para o paciente a curto e longo prazo. Acompanhe!

O que é binge drinking?

Em inglês, a palavra binge está coloquialmente associada à definição de algo que é feito em excesso. Sendo assim, binge drinking pode ser definido como o ato de beber uma grande quantidade de álcool de uma só vez.

Esse padrão se caracteriza pelo consumo de, pelo menos, quatro doses em uma única ocasião para as mulheres e de cinco doses para os homens, o que leva a uma concentração de etanol no sangue de 0,08% ou mais.

Quais são os perigos do binge drinking?

O consumo de álcool em excesso causa reações imediatas ao corpo, que são de fácil reversão — tontura, enjoo, falhas na memória e na coordenação motora. No entanto, apesar de reversíveis, essas consequências podem levar o usuário a tomar decisões impulsivas, ter menos controle emocional e se envolver em acidentes.

A longo prazo, o binge drinking pode acabar afetando todos os órgãos do corpo e provocar grandes prejuízos, como lesões cerebrais, doenças no fígado e aumento no risco de câncer.

Explicaremos a seguir quais são as consequências imediatas dessa prática e também quais são os impactos negativos decorrentes do uso prolongado e frequente de bebidas alcoólicas.

Riscos de curto prazo

O abuso de álcool aumenta consideravelmente as decisões impulsivas, propiciando os riscos de acidentes e agressões e, além de colocar em risco a pessoa intoxicada, também acaba sendo prejudicial à coletividade. Segundo estudos, o binge drinking também está associado a ocorrências de abuso sexual, sexo desprotegido, overdose, quedas e até tentativas de suicídio.

O álcool também diminui a produção do hormônio que regula a perda de água do organismo. É por isso que, quando uma pessoa bebe, vai tantas vezes ao banheiro. Além disso, ele também atrapalha a absorção de água pelo corpo e estimula a produção de suor. A consequência de todos esses fatores é a desidratação e a perda de sais minerais e vitaminas.

O consumo de álcool ainda eleva a pressão arterial. Segundo o Ministério da Saúde, entre cinco e dez por cento dos homens que sofrem de hipertensão têm esse problema como consequência do abuso de bebidas alcoólicas. Tudo isso pode causar infartos, AVC e até a morte.

O último risco a curto prazo desta lista é a miocardiopatia alcoólica, que é o dano causado às células cardíacas quando há o consumo em excesso de álcool. As bebidas também enrijecem as artérias que distribuem o sangue pelo organismo. Além da possibilidade de infarto, esse quadro também pode causar morte súbita.

Riscos de longo prazo

O abuso de álcool pode causar doenças ao fígado. As lesões hepáticas, como são chamadas, podem ser de três tipos: acúmulo de gordura, inflamação e o aparecimento de cicatrizes, chamado de cirrose. Isso acontece porque esse órgão que metaboliza as substâncias tóxicas que o álcool produz no corpo humano.

Os sintomas das doenças hepáticas são desnutrição, pele e olhos amarelados, aumento da circunferência abdominal, náusea e vômitos.

O alcoolismo também é um fator de risco para diversos tipos de câncer, como de boca, esôfago, fígado, intestino e mama. Quanto mais exposição à bebida a pessoa tem, maiores as chances de desenvolver a doença.

Isso acontece porque, quando o organismo metaboliza o álcool, são geradas substâncias reativas que podem atacar o DNA, proteínas e lipídios do corpo. Além disso, ele prejudica a capacidade de absorção de nutrientes que estão associados ao risco de câncer e aumenta os níveis de estrogênio, hormônio que está associado ao risco de câncer de mama.

Quando procurar ajuda?

Quando o consumo de bebidas alcoólicas começa a prejudicar a vida do usuário ou quando ele não consegue parar de beber, então é hora de procurar ajuda profissional. O tratamento para alcoolismo precisa ser feito com muita seriedade e inclui o uso de medicamentos e terapias.

Assim que surgirem os primeiros sintomas da dependência, um médico especialista deve ser procurado. Veja quais são os principais sinais do alcoolismo:

  • beber fora de situações sociais ou sozinho;

  • agressividade;

  • dificuldade para parar de beber mesmo depois de embriagado;

  • tentar esconder evidências do consumo de álcool;

  • perda de memória;

  • tremores;

  • insônia;

  • falta de apetite.

Especialistas reforçam, que “é importante que as famílias estejam atentas aos sinais. Principalmente no caso de adolescentes, porque alguns comportamentos geralmente aparecem antes da entrada do álcool e outras drogas na vida destas pessoas. Como, tristeza, isolamento, baixa autoestima/depreciação da autoimagem, muito sono, pouco apetite ou vice-versa , dificuldade na escola, de se inserir num grupo de outros adolescentes, etc.”

“Esses sinais geralmente estão juntos, como comorbidade, e às vezes chega muito antes do primeiro porre ou da primeira cheirada”, salienta a médica.


Ao identificar esses sintomas, é muito importante procurar auxílio médico para que seja feito o diagnóstico correto e se inicie o tratamento. Além da desintoxicação, o processo também evita o aparecimento de doenças causadas pelo abuso do álcool.

Em momentos como esses, é necessário contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar, com sólida experiência no tratamento de dependência química e especializada nesse tipo de problema. Afinal, o alcoolismo é uma doença crônica e precisa ser encarado como tal.

O Hospital Santa Luzia conta com médicos psiquiatras e clínicos, psicólogos, nutricionistas e outros profissionais da Saúde que desenvolvem uma avaliação abrangente para conhecer as necessidades de cada paciente e traçar um plano individualizado. Durante a fase de desintoxicação, a mais crítica do tratamento, o paciente recebe assistência médica por 24 horas para eliminar o álcool e outras drogas do organismo.

Em casos de internação, a mudança de ambiente também favorece a recuperação. No Hospital Santa Luzia os pacientes participam de dinâmicas em grupo e terapias ocupacionais, que promovem a autonomia, ajudam na recuperação da autoestima e se mostram como excelentes tratamentos para o binge drinking.

Se você está passando por esse tipo de situação e costuma abusar das bebidas alcoólicas ou quer auxiliar alguém nessa condição, não hesite em entrar em contato conosco — estamos sempre dispostos a ajudar!


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